No último Sábado, dia 19, faleceu Dercy Gonçalves aos 101 anos.
Não poderia deixar de homenagear Dercy, a quem sempre admirei e tive, juntamente com Maria Tereza (outra comediante brilhante), como sendo a maior e mais autêntica comediante brasileira que conheci.
Mais do que isso, e, apesar do preconceito que enfrentou a vida toda, devido ao seu jeito escrachado de fazer sua comédia e suas críticas (usava os palavrões como ninguém), com estilo próprio, foi uma humorista inteligente e sagaz, de um talento criativo imenso, sem igual.
Retrato do seu povo, irreverente, franca e mordaz, como ninguém, foi crítica severa dos políticos, que, em revide, a perseguiam procurando censurá-la, desqualificá-la. Mas ela estava acima deles, do bem e do mal.
Eu me lembro de uma entrevista (se não me engano, ao Jô Soares) em que disse:
“Não tenho doença, não tenho dores, não tenho saudade de nada nem de ninguém. Não tenho ódio, não tenho amor, nunca fui apaixonada. Sou livre. Não tem outra igual a mim. Ninguém tem mais moral do que eu”.
Morreu Dercy. Viva Dercy!
5 comentários:
Era uma lenda viva, única no gênero.
Não se trata de gostar ou não da Dercy. Ela era o que era. Um exemplo, ninguém sabe bem do que, mas um belo exemplo.
Prefiro não lamentar sua morte (aliás, já não era sem tempo), mas festejar sua vida.
Essa pode dizer que valeu !
Viva Dercy e bem-vindo Walmir!
Exemplo de mulher que não tem medo, Flávio!
(e, segundo a minha vó, ainda estava com uma pele ótima!)
Uma mulher que soube viver!
Não lamento a morte de Dercy, porque naquela entrevista com o JÔ ela também disse que ela decidiria quando morrer, logo...
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