Inspirada pelo último post do Ernesto no Assertiva, compartilho um recorte de texto de que gosto muito...
“Winston parou de ler por um momento. Na distância remota uma bomba-foguete estourou. Ainda não sumira a deliciosa sensação de se sentir só com o livro proibido, num quarto sem teletela. A solidão e a segurança eram sensações físicas, de certo modo misturadas com o cansaço do seu corpo, a maciez da cadeira, a brisa gentil que lhe tocava o rosto, soprando pela janela. O livro fascinava, mais exatamente, dava-lhe nova tranquilidade. De certo modo, nada lhe dizia de novo, mas isso fazia parte do seu atrativo. Dizia o que ele diria, se lhe fosse possível pôr ordem nos pensamentos dispersos. (...) Ele percebia que os melhores livros são os que dizem o que já se sabe.”
11 comentários:
George Orwell
Vive 1984 uma profunda metáfora:
Gurra é paz,
lerdade é escravidão!
O "Grande Irmão" projeta a ambição de tantos e tantos que usurpam o poder.
Trecho proposto exige a reflexão
sobre Wiston Smith r sad dovirdades poderosas.
Parabens:
Bela postagem.
1984, um dos meus livros de cabeceira. Releio sempre Orwel com igual ou redobrado prazer.
Sugiro aos amigos buscar de Aldous Huxley "Admirável Mundo Novo", com todos os ingredientes
do futuro sombrio.
Liberdade
Amandita querida,
Obrigada pela memória!
beijos
O Blair é um dos poucos comunistas fdp que eu admiro e gosto.
Essa frase sobre o livro é ótima, não é?
Amanda,
Adoro ler... Claro que pós-mãe é mais dificil, mas confesso, que adoro ler o que não sei...
Deve ser o meu espírito pragmático ... ou talvez porque não busco o meu silêncio interno através da leitura, mas sim ao som de uma boa música ou, e de preferência, ao som do mar...
Beijos
Pegando carona com a Ti: o meu silêncio vem com a escrita, ops, então quer dizer que nunca estou em silêncio afinal?
(Udi deverá dizer: meditação!)
É!rica, gafanhota! Meditar é esvaziar a mente, escrever (ao menos prá mim, também).
beijo
ler o desconhecido e apaixonar-se...
Lembranças do tempo da repressão militar...
Tinhamos livros proibidos porque diziam o que já sabíamos, mas não 'podíamos' saber.
Eram os melhores, sem dúvida.
Lembro de uma obra de Jorge Amado, que foi banida e que eu tinha guardado como "um tesouro prestes a ser roubado": "Os Subterrâneos da Liberdade". A obra é composta por três volumes distintos, mas que se completam - Os Ásperos Tempos, Agonia da Noite e A Luz no Túnel.
Eu não tinha muita noção de política e do contexto político de sua criação, mas, tê-los guardado me enchia de adrenalina, pelo 'fruto proibido' que representavam, ao, então jovem cabeludo.
Os melhores livros, os melhores médicos, as pessoas mais inteligentes, quem diria, sempre concordam comigo.
Gracias a todos pelos posts.
E, em tempo, sobre ler livros que dizem o que já sabemos, traduziria como "ler livros que dizem coisas que já sabemos, mas que não sabemos que sabemos".
Beijo e boa semana!
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