quinta-feira, 10 de abril de 2008

Pedir desculpas

[Postado por Flavio Ferrari]

Estávamos conversando, Ti e eu, quando descobrimos mais um ponto em comum.
Não gostamos de pedidos de desculpas.
Depois de discutirmos em busca de razões e motivos, chegamos à seguinte conclusão:
- Eu acho que se você já prejudicou de alguma forma o outro, não tem cabimento pedir que ele faça alguma coisa para você (te desculpar).
- A Ti sente que quem pede desculpas tende a repetir o "erro", o que faz sentido uma vez que o desculpado (des-culpado), livre da culpa, sente menos o peso de sua ação.
Pedir desculpas é diferente de demonstrar arrependimento ou disposição para não prejudicar o outro novamente coisa que, na maioria das vezes, fazemos sem intenção.
Melhor assumir a mancada e tentar não repetí-la.
Gosto da expressão que o Guilherme usa:
- Mal aí, cara !

21 comentários:

Érica Martinez disse...

até porque, não adiantaria "desculpa", serenata ou tulipas roxas se quem os recebe não estiver predisposto a aceitar...

Udi disse...

Meus filhos também usam a expressão, "foi mal!". Mas eu entendo que são - como em todas as situações da vida - palavras que podem, ou não, virem com a intenção do seu real significado.
Um "eu te amo" pode ser eu te amo e pode ser eu te amo, assim como dar é melhor que dar.

A.Tapadinhas disse...

Só comento depois de saber onde é que o menino tem a outra mão...

Abraço.
António

ana disse...

El verdadero peso de las palabras cuando se dicen de corazón. Cuanto más cuesta decirlas, más intesidad suelen significar. Hay personas con la palabra fácil y los "perdona" fáciles, están vacías, prefiero el silencio a una palabra vacía.
. . . . . . . . . . . . . . . . . .

O verdadeiro peso das palavras quando se dizem de coração. Quanto mais custa dizê-las, mais intesidad costumam significar. Há pessoas com a palavra fácil e perdoa-os" fáceis, estão vazias, prefiro o silêncio a uma palavra vazia.

Gui Ferrari disse...

quando eu uso a expressão "foi mal" quero dizer que eu concordo que foi besteira, só isso. porque eu não gosto muito de pedir desculpas, uma vez que eu levei muitas broncas por pedir desculpas de mais, por me culpar muito. enfim, foi mal é uma super expressão, que cabe perfeitamente com um "o que eu posso fazer para melhorar?" ou "você espera de mim alguma coisa? estou a disposição..." enfim...

Walmir Lima disse...

Gui,
E nessa... foi bem!

Gui Ferrari disse...

tks!

Anne M. Moor disse...

Ainda estou pensando... Nunca tinha pensado seriamente nisso. Qdo acho que devo pedir desculpas, peço. Mas tenho uma amiga que pede desculpas por literalmente TUDO que faz ou diz!!!!! ISSO é problemático...
Qto a outra mão, António, isso dá outro post (rsrs)...

Flavio Ferrari disse...

Esse Tapadinhas está se revelando ...

Suzana disse...

Concordo com o Gui,

Normalmente quando assumimos nossa "pisada na bola" ( hi! entreguei a idade!)tendenmos a não repeti-la, ou nos esforçaremos para tal.Logo, fica claro que não serão repetidos tais atos. Por outro lado,creio que pedimos desculpas quando a intenção é a de ferir, magoar , chatear ,etc...propositadamente.

Ernesto Dias Jr. disse...

Disculpintão, cara;.

Raquel Neves de Mello disse...

Não sou de guardar ressentimentos. Fico chateada na hora, até falo um palavrão, dou um piti, mas esqueço. Esqueço de verdade. Com ou sem pedido de desculpas. Mas há magoas que não consegui esquecer. Foram aquelas em que minha dor era grande, mas o outro não enxergou e pediu desculpas pela CHATEAÇÃO que me causou. Desculpa o #$%¨&*!

Walmir Lima disse...

Ótima, Raquel!

Walmir Lima disse...

Ainda não ouvi a voz, mas o Tapadinhas me lembra o saudoso e adorável Raul Solnado. Para mim, ele era excelente com suas 'tiradas' hilárias.

A.Tapadinhas disse...

Curiosamente, na próxima terça-feira, o Teatro Villaret, em Lisboa, reabre com uma homenagem ao seu fundador, o actor Raul Solnado. A peça é "A Gorda - Fat Pig", do dramaturgo norte-americano Neil Labute. Só lembrar, é uma honra para mim...
Abraço.
António

Carlitos disse...

Este cuento que me llegó por internet me parece muy gráfico sobre el efecto que producen las ofensas y que el pedir perdón a veces no es suficiente para remediar el daño que se causa.

“Érase una vez un chico con mal carácter. Su padre le dio un saco de clavos y le dijo que clavara uno en la verja del jardín cada vez que perdiera la paciencia o se enfadara con alguien.
El primer día clavó 37 clavos. Durante las semanas siguientes se concentró en controlarse y día a día disminuyó la cantidad de clavos nuevos en la verja. Había descubierto que era más fácil controlarse que clavar clavos.
Finalmente llegó un día en el que ya no clavaba ningún nuevo clavo. Entonces fue a ver a su padre para explicárselo.
Su padre le dijo que era el momento de quitar un clavo por cada día que no perdiera la paciencia. Los días pasaron y finalmente el chico pudo decir a su padre que había quitado todos los clavos de la verja.
El padre condujo a su hijo hasta la verja y le dijo: « Hijo mío, te has comportado muy bien, pero mira todos los agujeros que han quedado en la verja ».
Ya nunca será como antes. Cuando discutes con alguien y le dices cualquier cosa ofensiva le dejas una herida como ésta.
Puedes clavar una navaja a un hombre y después retirarla, pero siempre quedará la herida. No importan las veces que le pidas perdón, la herida permanecerá. Una herida provocada con la palabra hace tanto daño como una herida física. Los amigos son joyas raras de encontrar.”

Walmir Lima disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Walmir Lima disse...
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Walmir Lima disse...

Belo exemplo, Carlitos. Maravilha de figura de representação.
Me faltou dizer antes ao Flávio e a Ti o quanto fiquei grato pela postagem reveladora da relação madura que vocês dois tem e por compartilhar esse tema com a gente.
Para vocês verem como umas pessoas são mais maduras que outras e o quanto a Ti é uma mulher inteligente e madura, eu já fui criticado mais de uma vez em meus relacionamentos anteriores sob a alegação de eu não saber pedir desculpas, quando minha idéia era bem outra - igual ao pensamento de vocês.

Anônimo disse...

Bom, eu também só peço desculpas, por coisas que não foram feitas de propósito, as que não geram arrependimento.
Já aquelas cabeludas, que eu tenho plena consciência de que "pisei na bola" feio, não sei se por vergonha da mancada dada ou por achar que não mereça mesmo ser desculpada, não consigo pedir desculpas, mas dou um jeito de demonstrar meu arrependimento.
Também não espero um pedido literal de desculpas, mas se percebo o arrependimento, esqueço tudo.
Sabe o que mais gosto nessas tuas postagens? É que você sempre começa assim: "Estávamos CONVERSANDO, Ti e eu"
Bjos

R. disse...

tivemos essa discussão no primeiro ano da faculdade numa matéria chamada Fenomenologia.



peça perdão.